quinta-feira, 2 de maio de 2013



Caixa de texto: SEQUÊNCIA DIDÁTICA

GÊNERO TEXTUAL “MÚSICA”

ELIZABET PADILHA MALANSKI 

PENSANDO A MÚSICA

A música é celeste, de natureza divina e
de tal beleza que encanta a alma
e a eleva acima da sua condição.  (Aristóteles)

A música pode ser o exemplo único do que poderia ter sido
 - se não tivesse havido a invenção da linguagem, a formação das palavras, a análise das idéias - a comunicação das almas.  (Marcel Proust)

A música é o verbo do futuro.  (Vitor Hugo)


1.    APRESENTAÇÃO DA SITUAÇÃO E SELEÇÃO DO GÊNERO TEXTUAL MÚSICA

Professor(a):

Considerando que os alunos conhecem o gênero música e visto que está articulada diretamente a sua realidade, para motivar o estudo, a análise e uma possível leitura e (re)produção desse gênero textual, um dos objetivos propostos ao trabalhar o gênero é ressaltar a importância e as influências produzidas pela melodia e pelas mensagens contidas nas letras de música.
Para isso, propor aos alunos uma análise das músicas, observando a mensagem que suas letras carregam e principalmente aquelas em que o referencial a bebidas alcoólicas é explícito e denota a ideia que, ao consumir essa droga, só terá prazer.
Há inúmeras músicas brasileiras cujas letras discorrem a respeito do tema, fazendo apologia ao consumo de bebidas alcoólicas, que aqui escolhemos para estudar. Isso facilita a discussão sobre aspectos culturais que a música suscita, a significação da mensagem que traz, bem como as consequências para a sociedade. Sendo assim, ao final da Sequência Didática, os alunos produzirão paródias de músicas selecionadas, cujas versões deverão contemplar argumentos contrários ao alcoolismo. Essas paródias serão apresentadas num Festival organizado pela escola a todos os alunos.



Caixa de texto: Conversa com o(a) professor(a)

Oportunizar, por meio de um diálogo, uma reflexão sobre os sentimentos que a música proporciona, visando a uma maior interação dos alunos com os colegas e com a comunidade escolar, buscando identificações ou não com determinados grupos sociais, seja pelas suas preferências musicais ou outras, também observando a linguagem utilizada, a mensagem e a estrutura do texto cantado em versos, estrofes, rimas etc.

 



2.    RECONHECIMENTO DO GÊNERO
Descrição: C:\Documents and Settings\User\Configurações locais\Temporary Internet Files\Content.IE5\IPSGHVB4\MCj04282570000[1].wmf
2.1  Pesquisa sobre o gênero

Conduzir os alunos a uma pesquisa, com orientação e acompanhamento, para verificação de:
- Música – História até os dias atuais.
- Ter bem claro o que é música, estilo, comportamento, tendências musicais.
Sugerimos pedir aos alunos que tragam para a sala de aula uma música com a letra de sua preferência. Assim, será possível verificar os diferentes gostos, bem como se há dentre elas alguma que faz apologia ao alcoolismo.
Após ouvir algumas músicas, você, professor(a), poderá estabelecer os critérios para selecionar aquela(s) conforme o(s) objetivo(s) proposto(s): a(s) de maior sucesso, a(s) menos conhecida(s), ou estilos diferentes, etc, indagando, por ex:
1.    O que estão ouvindo e por quê?
2.    Essa(s) música(s) somente diverte ou faz refletir sobre um tema?
3.    Conhecem o(s) intérprete(s)? E os compositores? O que sabe sobre eles?
4.   O que significa música para vocês?
5.   A música brasileira tem história? Por quê? Quem conhece um pouco dessa história e pode falar sobre ela?
6.   A que contextualização histórica/social a música ouvida nos remete?
7.   As músicas violentas podem gerar quais consequências?
8.  De que maneira é possível não se permitir influenciar por essas músicas e suas mensagens subjetivas?
9.   Como desenvolver o gosto, aguçar o ouvido para a música como arte e ciência?
10.   Como é sentida a diferença de estilo musical?
11.  As músicas devem somente divertir ou também fazer as pessoas refletir sobre fatos da sociedade?
12.     Qual é a sua opinião quanto a qualidade da(s) músicas que estudamos?





Caixa de texto: Informações ao(à) Professor(a)
 




HISTÓRIAS DA MÚSICA

Desde a pré-história, a música nos acompanha, existindo, assim, tantas histórias da música quanto das culturas no mundo. Vários pensadores já tentaram definir o que é música, isso é complicado devido suas diferenças em cada contexto cultural, mas há maior consenso quanto ao tratar de uma organização intencional de sons.
A música em seu início teve o propósito de adoração a Deus, utilizada em ritos e cerimoniais de diversos povos e também como meio de transmissão cultural, originando, assim, diversos estilos como o folclore. Podemos conhecer a história da música do ocidente, desdobrando-a na história da música erudita, da popular, do Brasil, história da música caipira e sertaneja, e assim sucessivamente. Dividir em modalidades é uma das muitas formas de classificação das músicas: a Música Instrumental, executada por instrumentos musicais apenas; a Música Vocal ou A Capela, apenas por vozes e a Música Mista executada com instrumentos e vozes.
Sendo a arte de combinar sons definidos, encontramos definições que dividem a música em três elementos: melodia, harmonia e ritmo.
Descrição: C:\Documents and Settings\User\Configurações locais\Temporary Internet Files\Content.IE5\D4YJE87V\MCj04381850000[1].wmfEncontramos no Minidicionário Aurélio da língua portuguesa a seguinte definição para música: “Arte e ciência de combinar os sons de modo agradável ao ouvido”. E sobre a origem da palavra encontramos:
A música (do grego μουσική τέχνη - musiké téchne, a arte das musas) constitui-se basicamente de uma sucessão de sons e silêncio organizada ao longo do tempo. É considerada por diversos autores como uma prática cultural e humana. Atualmente não se conhece nenhuma civilização ou agrupamento que não possua manifestações musicais próprias. Embora nem sempre seja feita com esse objetivo, a música pode ser considerada como uma forma de arte, considerada por muitos como sua principal função.
Na conclusão de sua obra:  Semiótica  da  Canção,  Melodia  e  letra,  Luiz Tatit,  p. 275, para ele, “A música é o processo semiótico que melhor traduz o esforço de recomposição fórica dispendido em toda atividade enunciativa. [...], a música propõe a questão básica do sentido sem a qual não se compreenderia a própria existência da enunciação.”
Para John Cage “música é sons, sons à nossa volta, quer estejamos dentro ou fora de salas de concerto”. Ainda em sua concepção, “a música não é só uma técnica de compor sons (e silêncios), mas um meio de refletir e abrir a cabeça do ouvinte para o mundo.” (Brito, p.27).

                                                           QUEM NÃO GOSTA DE MÚSICA?
A música age diretamente nos nossos corpos provocando reações de acordo com a melodia que estivermos produzindo ou ouvindo, tem a capacidade de provocar comportamento compatível com a sua mensagem. Pode despertar emoções, educar profundamente, mover a nossa vontade e nos influenciar moralmente. Da música já faz parte personalidades criativa e transformadora de mundo.


2.2  Leitura e Pesquisa histórica do gênero
I


Caixa de texto: Conversa com o(a) Professor(a)
Que tal trabalhar nesse momento a história da nossa música?
- Segue uma sugestão de contextualização histórica da música. Mais informações visitar os sites.
 






SINGULARIDADES DA MÚSICA BRASILEIRA
·       A pré-história da música popular brasileira começa com a música dos índios que, misturada com a música dos jesuítas, ainda hoje vemos em festas populares ritmos primitivos como o cateretê e o cantochão;
·       Do Período Colonial até o Primeiro Império, diversas músicas de origens estrangeiras como o Iundu, modinha, as valsas, polcas e tangos obtiveram novas formas de expressão;
·       Com as influências brasileiras em algumas das formas musicais européias surgem, no século XIX, os conjuntos de chorões, o choro e a dança do maxixe;
·       Os ritmos do maxixe foram estilizados por Ernesto Nazareth e Chiquinha Gonzaga, permitindo-lhes a criação do gênero tango brasileiro que foi exportado para Paris ao ritmo de Chiquinha Gonzaga. Em 1906, Maria Lino, atriz brasileira, com Monsieur Duque, cantor francês, depois de interpretar o maxixe “Vem cá Mulata” formaram dupla até 1914 atuando em toda a Europa;
·       Considerada nosso primeiro gênero da canção popular, a modinha, em 1930, Manuel Bandeira, promove uma retomada das suas características originais. Em 1950, Vinícius de Moraes e Juca Chaves retomam o estilo de Caldas Barbosa, porém Juca Chaves, com um certo tom de humor. Nos anos 1970 Chico Buarque de Holanda produz modinhas líricas e de críticas social e política;
·       1917 marca as primeiras gravações do samba com Ernesto dos Santos, o Donga, a música Pelo Telefone e por Pixinguinha, autor e compositor. Começam a se misturar dos morros e dos cortiços no RJ os batuques e rodas de capoeira com os pagodes e as batidas de homenagem aos orixás. O carnaval começa a tomar forma.
·       O samba paulistano, cujo expoente máximo é Adoniram Barbosa com “Samba do Arnesto”, “Saudosa Maloca”, “Trem das Onze”; Noel Rosa autor de “Conversa de Botequim”; Cartola de “As Rosas Não Falam”; Dorival Caymmi de “O Que É Que a Baiana Tem?”; Ary Barroso, de “Aquarela do Brasil”; etc. surgiu com influências das congadas, dança de negros e dos caiapós, dança de índios, que desde o século XVIII, nas camadas populares, por ocasião de festas religiosas e procissões, já faziam o seu carnaval de rua, mas quem divulgou-o como o mais excitante e contagiante do mundo, foi Carmem Miranda, considerada, na época, a brasileira mais conhecida de todos;
·       1922, Heitor Villa-Lobos representa a música na Semana de Arte Moderna;
·       A música popular estava mudada. Em 1940, destaca-se Luiz Gonzaga, o rei do Baião com “Asa Branca” e “Assum Preto”. Um novo estilo musical, o samba-canção, com Antonio Maria, Dolores Duran, Marlene, Emilinha Borba, Dalva de Oliveira, Angela Maria e Caubi Paixoto.
·       No Paraná, em meados de 1940, surge Nhô Belarmino e Nhá Gabriela que a partir de 1953, fazem grande sucesso com “Passarinho Prisioneiro” de Luiz Vieira Filho e Nhô Belarmino, e a consagração em 1959 com “As Mocinhas da Cidade” de Nhô Belarmino, que é considerado o famosíssimo clássico. Está nas comemorações do Centenário de Emancipação do Estado do Paraná, a música “Parabéns Paraná” de Nhô Belarmino – Pereirinha.
·       Nos anos 40, Antonio Gonçalves Sobral, mais conhecido como Nélson Gonçalves, faz grande sucesso com Maria Betânia (Capiba) e até hoje com Meu Vício é Você e A Volta do Boêmio (ambas de Adelino Moreira).
·       Em 1944 Tonico e Tinoco estreiam pela Continental, lançaram em 07/1945 o cateretê: “Em vez de me agradecê”. A Dupla sertaneja dos irmãos João Salvador Perez, o "Tonico", nasceu em  São Manuel-SP, no dia 02 de março de 1917 e José Perez, o "Tinoco" que é de Botucatu-SP, hoje município de Pratânia, nascido em 19 de novembro de 1920. Tonico e Tinoco são considerados os expoentes máximos da música sertaneja caipira, nos seus 52 anos de carreira gravaram  preciosidades: “Saudade de Matão”, “Luar do Sertão”, “Chico Mineiro”, “Tristeza do Jeca”,etc. Essa  Dupla Coração do Brasil, lançam  álbum intitulado 35 anos de Tonico e Tinoco. Eles passaram para Chitãozinho e Xororó o título de Dupla Coração do Brasil.
·       A partir da década de 1950, e em reuniões na casa de Nara Leão, inicia-se a Bossa Nova, na zona sul do Rio de Janeiro, com artistas intelectualizados, amantes do jazz americano e da música erudita. Conseguiram unir a alegria do ritmo brasileiro as harmonias do jazz. Em 1958, Elizeth Cardoso lança o disco Canção do amor demais e em 1959 Chega de saudade, interpretando canções de Tom, Vinícius, Dorival Caymmi e muitos outros, O violonista João Gilberto revoluciona a batida sincopada caracterizando assim a Bossa Nova;
·       Na música engajada chamada “de protesto” se destacaram Marcos e Paulo Sérgio Vale, Geraldo Vandré e Théo de Barros, Rui Guerra, Oduvaldo Viana Filho, Ari Toledo e sobretudo Carlos Lyra e Sérgio Ricardo. Surge esse movimento porque apesar de ser bem recebida pelos jovens, a bossa nova era criticada, por ser alheia aos problemas sociais;
·       Teixeirinha, o “Gaucho Coração do Rio Grande” grava em 1959 suas primeiras músicas “Xote Soledade” e “Briga no Batizado”. Faz  sucesso, mas é em 1961 que acontece o fato inédito na história da música popular brasileira com o disco CORAÇÃO DE LUTO. Em Belém do Pará o disco chegou a ser vendido no câmbio negro. A gravadora Chantecler se viu obrigada a distribuir cotas para as lojas, pois não conseguia atender aos pedidos. Em 1966, o filme “Coração de Luto”, história também escrita por Teixeirinha, é recorde de bilheteria. Fez shows na maioria dos países da América do Sul. Em 1973, fez apresentações nos EUA, em 1975 no Canadá fez 18 shows. É o Rei do Disco e até hoje o maior cantor regionalista. Teixeirinha e Mary Terezinha, cantora e sanfoneira, acompanhou-o em shows, rádio e cinema, aproximadamente vinte e dois anos.
·       Em 1960 Roberto Carlos inicia seu sucesso, é um dos pais da Jovem Guarda, emplacou músicas como “Splish Splash”, “Parei na contramão”, “É Proibido Fumar”, “O Calhambeque”, “Como É Grande O Meu Amor Por Você”, etc. É o artista latino-americano que mais vendeu discos no mundo, cerca de cem milhões de álbuns. Em 2009, completou 50 anos de carreira, é considerado o Rei da MPB, esse cantor brasileiro, capixaba de Cachoeiro de Itapemirim, Roberto Carlos Braga nasceu em 1941, no dia 19 de abril.
·       Em 1965, surge o primeiro festival de Música Popular Brasileira, realizado no Guarujá e o segundo em São Paulo, incluindo o samba de participação e a canção de protesto, destacando-se Edu Lobo, autor de “Upa”, “Neguinho” e Geraldo Vandré, autor de “Caminhando” (Pra Não Dizer Que Não Falei de Flores), também Gilberto Gil, Capinam, Rui Guerra e Caetano Veloso. Era uma forma dos intelectuais das elites de esquerda se aproximarem dos valores populares e seus problemas. Esse movimento incomodou os militares que com o fechamento político em 1968, através da edição do Ato Institucional nº 5, de 13 de dezembro, instaurou a censura e intensamente sobre a produção cultural.
·       No período da censura, a Tropicália, movimento inovador quanto a temática, a poética, e a métrica, promoveu um amplo processo libertário no modo de produzir e de ouvir músicas. Surge Os Mutantes e de 1964 a 1972 na televisão, os musicais, a Jovem Guarda com Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa; a era dos festivais da Record: Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Elis Regina, Edu Lobo e Milton Nascimento dentre outros;
·       Com Caetano Veloso e Gilberto Gil ainda exilados em Londres, em 1970, Chico Buarque retorna ao Brasil, e a censura veta o seu compacto com a música “Apesar de Você”. Só a partir de 1978, momento em que é revogado o AI -5, no governo Geisel, e tem andamento o processo de abertura política, permitiu-se a execução e gravação dessa música e tantas outras;
·       Na década de 1970, são sucessos em todo o país vários artistas: gravando letras de Cartola e Nelson do Cavaquinho, Nara Leão. Da Bahia vem Gal Costa e Maria Bethânia principalmente nas grandes cidades. De alagoas, o Djavan, Fafá de Belém, vinda do Pará, Clara Nunes, de Minas Gerais, Belchior e Fagner, ambos do Ceará, Alceu Valença, de Pernambuco e Elba Ramalho, Paraíba. No cenário do rock brasileiro destacam-se Raul Seixas e Rita Lee. No cenário funk aparecem Tim Maia e Jorge Ben Jor.
·       A Banda Blindagem, do Paraná, no final dos anos 70, tornou-se a mais conhecida do Estado e a primeira a obter destaque nacional, possuindo sua própria linguagem e estilo. Em junho de 2008, destacaram-se os shows no Guairão e lançamento de novo DVD “Rock em Concerto – Banda Blindagem e Orquestra Sinfônica do Paraná”.
·       No período de 1973 a 1980 são destaques no cenário nacional o Clube da Esquina – em Minas Gerais, formado pelos amigos de Milton Nascimento – a música do Nordeste, a música brega com Fernando Mendes, Jane & Herondi, Odair José, e o samba de Paulinho da viola e Martinho da Vila.
·       ESTRADA DA VIDA, música lendária, de José Rico, deu título ao filme onde os cantores: Milionário e José Rico, “As gargantas de ouro do Brasil”, atuam, interpretando eles mesmos.
·       Em 1979, Amado Batista grava a balada – “O Fruto de Nosso Amor”  (Amor Perfeito) – considerado o seu primeiro fenômeno radiofônico. Goiano, compositor desde 1975, declara ser influenciado pela música de Roberto Carlos;
·       De 1981 a 1990: destacaram-se o rock, o punk e a música new-wave; o Lira paulistana (SP) e o Circo Voador (RJ); a Fábrica do Som (SP) e o Rock’n’Rio (RJ). Com temática urbana e tratando de temas sociais, juvenis e amorosos, surgem várias bandas musicais. É deste período o grupo Paralamas do Sucesso, Legião Urbana, Titãs, Kid Abelha, RPM, Plebe Rude, Ultraje a Rigor, Capital Inicial, Engenheiros do Hawaii, Ira! e Barão Vermelho. Também fazem sucesso Cazuza, Rita Lee, Lulu Santos, Marina Lima, Lobão, Cássia Eller, Zeca Pagodinho e Raul Seixas;
·       Na década de 1990, é sucesso nacional a música sertaneja que está marcada pelo forte caráter romântico com: Chitãozinho e Xororó, Zezé di Camargo e Luciano, Leandro e Leonardo, João Paulo e Daniel, etc  É nessa época que também no rap destacam-se: Gabriel, o Pensador, O Rappa, Planet Hemp, Racionais MCs , etc;
·       De 1991 a 2000: no país todo é sucesso a canção sertaneja e suas duplas; o axé-music , o pagode;
·       De 2001 aos dias atuais são muitas as músicas nas paradas de sucesso, predominando os novos grupos de rock, por exemplo: Charlie Brown Jr, Skank, Detonautas, CPM 22; de axé: Daniela Mercury, Ivete Sangalo, música gaúcha: Garotos de Ouro, na sertaneja: Bruno e Marrone, Guilherme e Santiago, Cesar Menoti e Fabiano; no sertanejo universitário: Fernando e Sorocaba, André e Adriano, dentre muitos outros, de rap e hip-hop; são tantos os novos talentos, as grandes vozes femininas e as tendências da MPB. O século XXI começa com sucessos de temáticas voltadas para o público adolescente.
·       Uma nova música sertaneja surge da fusão do estilo caipira brasileiro com o country norte-americano. As novas duplas trocam a viola pela guitarra elétrica e cantam música romântica, afastando-se dos temas rurais. A música caipira está radicalmente mudada e revalorizada. São muitos cantores paranaenses de sucesso, dentre eles, Mensageiro (Mensageiro e Mexicano), Fabiano (César Menotti e Fabiano), Chico Rey & Paraná, Chitãozinho e Xororó, Teodoro e Sampaio. No estado, existe a APASA – Associação Paranaense dos Artistas Sertanejos e Amigos.
·       Com as transformações eletrônicas acredita-se que o CD em poucos anos praticamente desaparecerá e o artista não precisará lançar um álbum completo e sim digitalmente uma, duas ou mais músicas.

sites consultados em março de 2008:
sites de biografias e letras de músicas da MPB http://www.planetamusicas.com/Musica-Letra-N-a-P.html





2.3         Ouvir e cantar textos do gênero
Canto dobrado: Professor(a),

Visando a uma compreensão do gênero, é importante conversar com seus alunos sobre o fato da música abordar um assunto, refletindo sobre sua influência psico-social no comportamento e na formação do ser humano. Trata-se de um momento de identificar a(s) influência(s) na(s) letra(s) de música, na indução, (aqui, em nosso caso, é a indução ao consumo de bebida alcoólica e consequentemente à violência), analisando suas marcas linguísticas e comparando as particularidades da linguagem oral e escrita. Para tanto é necessário:
 - Ouvir algumas musicas;
 - Sentir a música, o ritmo, a poesia que há ou não nas letras;
 - perceber se as músicas despertam emoções e sentimentos
 - Discutir oralmente sobre o gênero, estabelecendo relações com o texto, explorando alguns elementos. 
Para garantir uma análise mais aprofundada, analisamos 10 músicas cuja temática direcionava para a “violência, alcoolismo e/ou drogas”, tal análise organizou-se a partir das orientações do Modelo Didático do Gênero (MDG), seguindo as orientações propostas por Machado & Cristóvão (2006, p. 557 e 558), as quais sugerem que, no exercício de reconhecimento de um gênero, devem ser observados os seguintes elementos:
a) as características da situação de produção (quem é o emissor, em que papel social se encontra, a quem se dirige, em que papel se encontra o receptor, em que local é produzido, em qual instituição social se produz e circula, em que momento, em qual suporte, com qual objetivo, em que tipo de linguagem, qual é a atividade não verbal a que se relaciona, qual o valor social que lhe é atribuído etc.);
b) os conteúdos típicos do gênero;
c) as diferentes formas de mobilizar esses conteúdos;
d) a construção composicional característica do gênero, ou seja, o plano global mais comum que organiza seus conteúdos;
e) o seu estilo particular, ou, em outras palavras:
- as configurações específicas de unidades de linguagem que se constituem como traços da posição enunciativa do enunciador: (presença/ausência de pronomes pessoais de primeira e segunda pessoa, dêiticos, tempos verbais, modalizadores, inserção de vozes);
- as sequências textuais e os tipos de discurso predominantes e subordinados que caracterizam o gênero;
- as características dos mecanismos de coesão nominal e verbal;
- as características dos mecanismos de conexão;
- as características dos períodos;
- as características lexicais. 
     Segue uma mostra dos textos analisados no MDG:








Caixa de texto:  MÚSICA  01

Beber Cair e Levantar  -  André e Adriano
Composição: Marcelo Marrone e Bruno Caliman

Vamos simbora pra um bar
Beber, cair, levantar
Vamos simbora pra um bar
Beber, cair, levantar
Beber, cair, levantar
Beber, cair, levantar
Beber, cair, levantar
Beber, cair, levantar

Cabra safado, cara zueira
Só gosta mesmo é de mulher tranquera
Mulher direita o cara não quer
Fica com raiva e até briga com a mulher

Eu quis até mudar pro meu amor
Mas a cachaça me pegou
E a farra agora é o meu lugar
Eu quis até mudar pro meu amor
Mas a cachaça me pegou
E a farra agora é o meu lugar
mais se você quiser me acompanhar
eu vou te convidar pra ir pra onde?
bora, borá

Vamos simbora pra um bar
Beber, cair, levantar
Vamos simbora pra um bar
Beber, cair, levantar
Beber, cair, levantar
Beber, cair, levantar
Beber, cair, levantar
Beber, cair, levantar

É isso aí moçada, beber, cair e levantar agora
é com André e Adriano, vamos simboraaaa...

Eu quis até mudar pro meu amor
Mas a cachaça me pegou
E a farra agora é o meu lugar
Eu quis até mudar pro meu amor
Mas a cachaça me pegou
E a farra agora é o meu lugar
mais se você quiser me acompanhar
eu vou te convidar pra ir pra onde?
bora, bora

Vamos simbora pra um bar
Beber, cair, levantar
Vamos simbora pra um bar
Beber, cair, levantar
Beber, cair, levantar
Beber, cair, levantar
Beber, cair, levantar
Beber, cair, levantar
Beber, cair, levantar
Beber, cair, levantar
Beber, cair, levantar
Beber, cair, levantar


HTTP://www.cifras.com.br/cifra/andre-e-adriano/beber-cair-e-levantar
Caixa de texto: MÚSICA  02

Beber e Raparigar  -  Aviões do Forró
Composição: Indisponível

Vou cair no peé
Amanhecer cheio de mulher
Fazendo aquele cabaré nas calçadas

Vou me embriagar
Tô nem aí
Eu vou fazer é putaria
Ver a noite virar dia
Tomar banho de gelada

E a mulherada
Toda de pé no chão
Com os tamanco na mão
Os cabelo assanhado
E eu na gandaia
Muito louco doidão
Com o litro na mão
Bebo enfernizado  (2x)

Quer ir mais eu vamo
Quer ir mais eu vambora
Beber, raparigar
Fazer zueira
Pra beber não tem hora  (2x)

Http://letras.terra.com.br/aviões do forro musicas/1195309



Caixa de texto:   Música  03
Vou Beber de Novo  -  Grupo Tradição
Composição: Itamaracá/Teodoro

Antes de perder você
Eu não fumava
Eu não bebia

Antes de perder você
Eu tinha paz e alegria
Antes de perder você
Eu não chorava 
Eu não sofria

Não sou mais como era antes
Hoje bebo e sou fumante
Sofro e choro noite e dia

Se é que a bebida ameniza
Paixão amargura e desprezo
Então vou beber esta noite
Pra arrancar essa dor
Do meu peito

Eu já estou acostumado
Beber e chorar feito um louco
Se hoje eu não te esquecer
Amor
Amanhã eu bebo de novo

http://www.letras.terra.com.br/grupo-tradição/286047

 







 






Caixa de texto:               MÚSICA  04

ALÔ MEU AMOR  -  VANDERLEI RODRIGO
Composição de Vanderlei Rodrigo

Você que nesta hora está sofrendo por amor
ligue e peça perdão, cantando comigo.

Alô, alô, meu amor,
Sou eu te pedindo pra fica
Alô, alô meu amor,
Diga que vai me perdoar.

Passei a noite inteira fumando e bebendo
Fazendo de tudo pra te esquecer,
Andei pela cidade, feito um louco sem rumo,
Mas em todas as coisas só via você,
Na fumaça do cigarro, na espuma da cerveja,
Eu via teus olhos começava a chorar,
Não sei por que brigamos se nós nos amamos,
Por isso te liguei, só pra te falar

Alô, alô, meu amor,
Sou eu te oedindo pra fica
Alô, alô meu amor,
Diga que vai me perdoar


htpp://www.vandeerleirodrigo.com/
Caixa de texto:              MÚSICA  05

O Remédio É Beber  -  Gilberto e Gilmar
Composição de Gilberto e Gilmar

Se esta vida de cão 
Só lhe faz sofrer 
O remédio é beber 
O remédio é beber 

Pra curar sua paixão 
Beba pinga com limão 
Pra curar sua amargura 
Beba pinga sem mistura 

Contra dor de cotovelo 
Beba cachaça com gelo 
Contra falta de carinho 
Cachaça, cerveja e vinho 

Se esta vida de cão 
Só lhe faz sofrer 
O remédio é beber 
O remédio é beber

Se brigar com a namorada 
Beba pinga misturada 
Se brigar com a mulher 
Beba pinga na colher

Quem dá amor e não recebe 
Mistura todas e bebe 
E se alguém lhe faz sofrer 
Beba para esquecer 

Se esta vida de cão / Só lhe faz sofrer 
O remédio é beber / O remédio é beber 

Pra curar seu sofrimento 
Beba pinga com fermento 
Pra curar um falso amor 
Beba pinga com licor

Pra acalmar se coração 
Beba até cair no chão 
E se a vida não tem graça 
Encha a cara de cachaça 

Se esta vida de cão / Só lhe faz sofrer 
O remédio é beber / O remédio é beber 

Pra você ganhar no bicho 
Beba uma no capricho 
Pra ganhar na loteria 
Beba pinga na bacia

Pra viver sempre feliz 
Beba pinga com raiz 
E se você não tem sorte 
Beba pinga até a morte

Se esta vida de cão 
Só lhe faz sofrer 
O remédio é beber 
O remédio é beber

http://vagalume.uol.com.br/gilberto-e-gilmar/directory/


Caixa de texto:                 MÚSICA  06
Voltando pra Gandaia – Grupo Tradição
Composição: Sérgio Ovelar/Teófilo Teló

(refrão):
Cê num cagô, cê num cagô, gosto de mim
Cê só mijô, cê só mijô, mi jogo fora
E se fodê, e se fodê, fôdesse jeito
Nós num cu, num cumbina
E vai embora

Vai pra casa de tua mãe
E eu não vou marcar bobeira
Vou cair numa gandaia
Já que eu to na bebedeira

Eu só fico meio gago
Quando que fico nervoso
Nos braços da mulherada
Fico calmo e sô manhoso

(refrão):

Antes de te conhecer
Era farra todo dia
Você entrou na minha vida
E acabou minha alegria

Meu sufoco ta acabando
Vá com Deus, Nossa Senhora
Vô volta pra mulherada
E mandá a gagueira embora

(refrão):

HTTP://www.letras.terra.com.br/grupo-tradicao/83450

 


 







Caixa de texto:                 MÚSICA  07

Cachaceiro fino  -  Solteirões do Forró
Composição: Indisponível

Eu sou raparigueiro e gosto de beber demais
A minha mulher já não sabe mais o que faz
de segunda a segunda é viver de bar em bar
cachaça e cabaré, raparigando sem parar. (2x)

Segunda-feira bebo pra curar a ressaca
minha mulher já me mandou morar num bar.
Na terça-feira os amigos da cachaça
e tendo festa pra gente “bebermarar”
Na quarta-feira, pega fogo cabaré e eu lá
dentro bebendo, cheio de mulher, na quinta-feira,
sexta-feira ia pra casa gerando, desmantelado
amando e tomando mé.

Eu sou raparigueiro e gosto de beber demais
A minha mulher já não sabe mais o que faz
de segunda a segunda é viver de bar em bar
cachaça e cabaré, raparigando sem parar. (2x)

E no sábado cedinho vo pra casa descansar
do um trato na mulé e bebo uma pra almoçar
aí emenda no domingo, sou o cachaceiro
fino e bebo pra raparigar.

http://letras.terra.com.br/solteiroes-do-forro/779900/
Caixa de texto:   MÚSICA  09

Eu bebo pra ficar mal  -  Lucas & Renan
Composição: Indisponível

Eu bebo é pra ficar mal
Se fosse pra ficar bom
Eu tomava remédio
Eu bebo é pra ficar mal
Se fosse pra ficar bom
Eu tomava remédio

Nada melhor que uma pinga
Uma caipiirinha
Pra curar o tédio
Uma cerveja gelada
Um whisky com gelo
É o melhor remédio

Quem falou que a bebida é um veneno
Tá é muito enganado
Ela é o melhor remédio
Pra esquecer o passado
Nas horas de amargura
É ela quem me consola
Eu bebo todas e choro
No braço dessa viola

Quem nunca bebeu por amor
Quem nunca bebeu por saudade
Se fala que não bebeu
Tá escondendo a verdade
Pra beber não precisa motivo
Por tristeza ou por alegria
E é por isso que eu bebo
E enxó a cara todo dia

http://letras.terra.com.br/lucas-renan/1055309/


Caixa de texto:                 MÚSICA  08
Latinha na mão  -  Leonardo  e participação
 especial de Zeca Pagodinho
Composição: Jair Góes, Rivanil e Everton Matos

Quem foi que disse
Que paixão não fere a alma
Que uma fera não se acalma
Nas garras de um grande amor
Desprevenido
Eu caí numa arapuca
Me deixou de calça curta
Essa paixão me dominou

Quem foi que disse
Que tem homem que não chora
Não conhece a minha história
E não sabe o que é sofrer

Depois que ela 
Me deixou na solidão
Tô de latinha na mão
Tomando todas pra esquecer (2x)

E prá sair da solidão
Latinha na mão, latinha na mão
Prá esquecer essa paixão
Eu tô de latinha na mão
Se ela me disser que não
Latinha na mão, latinha na mão
Prá encontrar a solução
É só com latinha na mão...(final 2x)

(Repetir a letra)

http://www.youtube.com/watch?v=HeOZnW13il4

 










 



Caixa de texto:   MÚSICA  10

AÍ NÓIS BEBE  – Cezar e Paulinho
Composição de Cezar e Paulinho

Se a coisa está feia e melhorar nóis não consegue
Aí nóis bebe, aí nóis bebe
Se a saudade aperta o peito e não tem nada que sossegue
Aí nóis bebe, aí nóis bebe
Se a pescaria ta ruim e o azar nos persegue
Aí nóis bebe, aí nóis bebe
E se acabar a moda caipira e só virar no rok e rap
Aí nóis bebe, aí nóis bebe

Aí nóis bebe, por paixão ou por despeito
Nóis bebe pinga no peito, bebe mesmo é pra valer
E se a bebida mata bem devagarim
Então nóis bebe o dia interim
Nóis não tem pressa de morrer

Se tá frio, nóis bebe pra esquentar
Se tá calor nóis bebe pra esfriar
Bebe se está alegre ou se está na fossa
Nóis bebe de qualquer jeito, bebe mesmo é porque gosta
Bebe se está alegre ou se está na fossa
Nóis bebe de qualquer jeito, bebe mesmo é porque gosta

Aí nóis bebe, aí nóis bebe
Mas aí nóis bebe, aí nóis bebe

Nóis só quer mulher bonita mas as feia nos persegue
Aí nóis bebe, aí nóis bebe
Nóis torce barbaridade, nosso time sempre perde
Aí nóis bebe, aí nóis bebe
Nóis ganha uma mixaria e as vez nóis não recebe
Aí nóis bebe, aí nóis bebe
Nóis bebe até sem ter motivo e se tiver motivo aí vixi
Aí nóis bebe, aí nóis bebe

Aí nóis bebe, por paixão ou por despeito
Nóis bebe pinga no peito, bebe mesmo é pra valer
E se a bebida mata bem devagarim
Então nóis bebe o dia interim
Nóis não tem pressa de morrer

Se tá frio, nóis bebe pra esquentar
Se tá calor nóis bebe pra esfriar
Bebe se está alegre ou se está na fossa
Nóis bebe de qualquer jeito, bebe mesmo é porque gosta
Bebe se está alegre ou se está na fossa
Nóis bebe de qualquer jeito, bebe mesmo é porque gosta

Aí nóis bebe, aí nóis bebe
Mas aí nóis bebe, aí nóis bebe

Aí nóis bebe, por paixão ou por despeito
Nóis bebe pinga no peito, bebe mesmo é pra valer
E se a bebida mata bem devagarim
Então nóis bebe o dia interim
Nóis não tem pressa de morrer

Aí nóis bebe, aí nóis bebe
Mas aí nóis bebe, aí nóis bebe

http://letras.terra.com.br/cesar-e-paulinho/1131967/
 











2.3.1   Atividades de Leitura

                        Professor(a), sugerimos algumas atividades para explorar a capacidade de leitura e aprofundar ainda mais o tema. Por ex.:

1)    Ler, declamar ou dar ritmo para essa letra e cantar
Álcool
Entra pela sua boca como água
cai na sua corrente saguínea como ácido!
Faz você sorrir, gritar
E um efeito anestésico invade seu corpo.

Sem limites e desinibido, você se entrega
Como uma criança indefesa você se torna
Mas o seu orgulho leva você para a agressividade
Querendo parecer o que na verdade não é.

Fraco como um faminto e perdido na multidão
você simplesmente é mais um
sem identidade, vazio e sozinho
enganado pelo álcool e iludido pela hipocrisia.
Assim sua vida se resume.

A escolha é sua
A vida o espera, mas a morte o segura.
                                                 Lucas C. Horta Parisi
GANDRA, Fernanda Rodrigues, PIRES, Cristina do Valle G. e LIMA, Regina Célia Vilaça. O DIA-A-DIA DO PROFESSOR ADOLESCÊNCIA, AFETIVIDADE, SEXUALIDADE E DROGAS. Vol 5. Minas Gerais: EDITORA FAPI, 2002, p.58
           
2)    Ler essa e outras orações
ORAÇÃO DA CAMPANHA DA FRATERNIDADE
Deus de ternura e bondade
Bendito sois pelo maravilhoso dom de viver!
Nós vos agradecemos, porque podemos
escolher a vida e não a morte.
Fortalecei-nos na solidariedade
em favor das vítimas das drogas.
Aumentai em nós, Senhor, a perseverança e a união
na luta contra o perverso sistema de destruição da vida.
Que encontremos sempre em Vossa Palavra,
na Eucaristia e na comunidade eclesial
o sustento para a caminhada e para a construção
do Vosso Reino.
Que Vosso amor, ó Pai, circule em nossos corações,
nas relações humanas e na sociedade,
para acelerar a vinda do mundo que a gente quer:
um mundo sem ódios, sem exclusões, sem drogas,
um mundo pleno de vida, amor, solidariedade e paz.
Por Jesus Cristo, Vosso Filho,
que veio ao mundo para que todos tenham vida,
na unidade do Espírito Santo.
Amém
                   Manual da Campanha da Fraternidade. São Paulo: Salesiana, 2001, p.7

3)    Refletindo sobre a estrutura composicional do texto com os alunos

a)    As músicas representam que contexto social? Por que elas foram produzidas?
b)    O que há de semelhança entre os textos?
c)    Explorar a linguagem, o emprego e as diferenças entre essas mensagens.
d)    Qual é a disposição do texto e por que eles foram produzidos?
e)    O que é possível perceber pelo ritmo e pelo contexto?
f)     Há semelhanças/diferenças de letras nos diferentes estilos musicais?
g)    Em sua casa, que tipo de música se costuma ouvir? E qual é o seu gosto musical?
h)   Verificar a estrutura composicional. Como se organiza esse gênero?
i)     Perceber a intencionalidade e a disposição das palavras no texto, discutindo sobre seus possíveis sentidos.
j)      Como adquirir capacidade para decifração (análise, interpretação) do texto musical?



2.4    Seleção de um texto do gênero para atividades de leitura e interpretação

       De acordo com o tema a ser estudado, analisar músicas que esteve ou está nas paradas de sucesso que pode estar disponível nos sites ou CDs, DVDs, MPs, etc. Como nosso objeto de análise refere-se ao tema alcoolismo nas músicas, selecionamos uma que aborda essa questão. Porém, em suas aulas, você poderá selecionar outra que desperte maior interesse em seus alunos. Existem outras músicas que se ajustam à proposta discutida. Então, aqui fica a ideia fundamental da proposta direcionada e aberta às reflexões para um estudo mais específico, entendendo, dessa forma, o gênero quanto:
·         sua função social,
·         seu conteúdo temático,
·         sua estrutura composicional,
·         Descrição: C:\Documents and Settings\User\Configurações locais\Temporary Internet Files\Content.IE5\WQZFNXPL\MCj04326300000[1].pngseu estilo linguístico.

BEBER, CAIR, LEVANTAR   -  ANDRÉ E ADRIANO
            Composição de Marcelo Marrone e Bruno Caliman

Vamos simbora pra um bar                       Vamos simbora pra um bar
Beber, cair, levantar                                               Beber, cair, levantar
Vamos simbora pra um bar                       Vamos simbora pra um bar
Beber, cair, levantar                                               Beber, cair, levantar
Beber, cair, levantar                                               Beber, cair, levantar
Beber, cair, levantar                                               Beber, cair, levantar
Beber, cair, levantar                                               Beber, cair, levantar
Beber, cair, levantar                                               Beber, cair, levantar
                                                                      
Cabra safado, cara zueira                               É isso aí moçada beber, cair e levantar agora
Só gosta mesmo é de mulher tranquera        é com André e Adriano, Vamo simboraaaa...
Mulher direita o cara não quer
fica com raiva e até briga com a mulher              Eu quis até mudar pro meu amor
                                                                                   Mas a cachaça me pegou
Eu quis até mudar pro meu amor                         E a farra agora é meu lugar
Mas a cachaça me pegou                                       mais se você quiser me acompanhar
E a farra agora é meu lugar                                   eu vou te convidar pra ir pra onde?
Eu quis até mudar pro meu amor                         bora bora
Mas a cachaça me pegou                          
E a farra agora é meu lugar                                   Repete : Vamos simbora pra um bar
mais se você quiser me acompanhar                                   Beber, cair, levantar
eu vou te convidar pra ir pra onde?                                     ...
bora, bora




2.4.1     Explorando a função social do gênero
Descrição: C:\Documents and Settings\User\Configurações locais\Temporary Internet Files\Content.IE5\IPSGHVB4\MCj04338540000[1].png
1)     O que a música, “Beber, Cair E Levantar”, poderá provocar no ouvinte/leitor?
2)     Quem são os autores da letra da música selecionada e que vamos analisar?
3)     Qual é o seu público: Interlocutor/Destinatário?
4)     Quando e onde foi lançada?
5)     Há regravações dessa música?
6)      Quem é o compositor? Quem são os intérpretes dessa música e há outros?
7)   A letra sofre alterações dependendo do(s) intérprete(s), do estilo musical, ou da região?
8)     Qual o objetivo do autor em escrever esse tipo de texto?
9)     Porque tem esse título?
10)Quais inferências são possíveis a partir do texto?
11)Quem curte esse gênero musical?
12)De que forma o texto leva o adolescente a consumir álcool?
13)     Como é possível combater de maneira mais eficaz essa motivação ao alcoolismo entre os adolescentes?
14)    O que motiva essa experimentação as drogas? Será a curiosidade que leva o adolescente buscar novas sensações ou a pressão do grupo de “amigos”, ou pelas oportunidades de experimentar uma bebida alcoólica, etc.
15)Qual a função do gênero textual música e aqui – com o nosso tema bebidas alcoólicas – qual é a sua intenção?

2.4.2     Explorando seu conteúdo temático

Provocar o debate na sala de aula:
·         Sobre o que fala o texto Beber, Cair E Levantar?
·         O que sabe sobre o assunto?
·         Qual a importância do texto?
·         Que competências são exigidas para dizer sim ou não a esses apelos de consumo a drogas lícitas?
      Comparar as informações com outros gêneros textuais (reportagens, notícias, textos científicos, etc) buscando autores que tratam do assunto alcoolismo.
       E como os ouvintes se colocam e como deveriam reagir diante da mensagem de algumas músicas?



2.4.3     A ESTRUTURA DO TEXTO


                 Em relação ao Plano textual global (organização geral do texto), a disposição é comum a todas as letras de música, sempre pela ordem: o título, nome dos intérpretes, nome dos compositores, estrofes, estrofes-refrão e vice-versa, e a repetição de versos para dar ênfase no assunto. Nossos estudos tratam desse gênero textual música, produzida por renomados compositores, artistas jovens, instrumentistas, vocalistas, empresários, proprietários de gravadoras e com letras gravadas em outros idiomas.

Estudando e entendendo a estrutura do texto

1.    O texto se apresenta em versos. Os versos costumam ser agrupados em estrofes.
a)    Quantas estrofes tem essa letra de música em forma de poema? Considerando as formas fixas ou a forma livre, como esse texto pode ser classificado?

b)    Quantos versos há em cada estrofe? De acordo com o número de versos como são denominadas essas estrofes?

c)    Quanto a métrica, existe sílabas poéticas nos versos? Há o predomínio do número de alguma sílaba ou não. Poderemos classificá-los ou são versos livres?

d)    Quanto a forma, no texto existe rimas? Classifique-as. Aparece rima órfã, ou seja versos brancos ou não?

e)    Quanto a categoria gramatical, que palavras rimam entre si? A que classe de palavras elas pertencem? São rimas pobres, ricas ou raras?

f)      Quanto a sonoridade, são perfeitas ou imperfeitas?

g)    Podemos dizer que no texto há preferência por um tipo de comportamento humano, um determinado caráter. Qual?
E ainda diga se há comparação de caráter de pessoas no texto?

h)   Faça um resumo dos fatos narrados em cada estrofe

i)     Essa letra é fácil ou não de memorizar? Por quê?


2.    Música é a arte de combinar os sons de forma lógica e agradável, podendo o compositor expressar ideias, sentimentos, princípios morais, comportamento social, etc, ou não.
a)    Há elementos linguísticos denotando existência de um interlocutor?

b)    Que elementos linguísticos comprovam se o locutor se revela ou não?

2.4.4 Atividades de análise lingüística

               Observar a organização estrutural e gramatical, da música selecionada, analisando os efeitos de sentido e atitudes que as palavras empregadas provocam, o modo como as frases se estruturam e o emprego ou não dos sinais de pontuação, etc.
1) Releia a primeira estrofe:            “Vamos simbora pra um bar  
                                                  Beber, cair, levantar  
                                                  Vamos simbora pra um bar  
                                                  Beber, cair, levantar  
                                                  Beber, cair, levantar  
                                                  Beber, cair, levantar  
                                                  Beber, cair, levantar  
                                                  Beber, cair, levantar” 

a)    Nessa estrofe, a música se dirige a quem? Copie a palavra que faz essa identificação, justificando seu emprego.

b)    Que palavras demonstram marcas da oralidade? Por que foram empregadas de tal forma?

c)    A palavra “simbora”, “pra”, são marcas mais utilizadas em que situação de comunicação e quem as utiliza geralmente?

d)    Na música é pouco utilizado os sinais de pontuação, uma vez que são recursos da língua escrita para representar a entonação, enfatizar um termo, a melodia ou indicar ao leitor uma maior ou menor pausa na leitura. Então:
- Transcreva o verso, observando o emprego da vírgula separando a oração coordenada assindética:

e)    Como você interpreta a repetição do verso: “Beber, cair, levantar”


2) Vamos reler agora a segunda estrofe?

                       “Cabra safado, cara zueira  
                        Só gosta mesmo é de mulher tranquera  
                        Mulher direita o cara não quer  
                        Fica com raiva e até briga com a mulher”  

a)    Assinale os adjetivos e explique por que foram empregados?

b)    O que você entende por:
- cabra safado:
- cara zueira:
- mulher tranquera:
- mulher direita:

c)    Pesquise: o que significa: cara, cabra.

d)    Essas expressões são marcas da oralidade ou da língua culta? Justifique:

3) Releia com atenção a terceira estrofe:

                       “Eu quis até mudar pro meu amor       
                       Mas a cachaça me pegou             
                       E a farra agora é meu lugar         
                       Eu quis até mudar pro meu amor      
                       Mas a cachaça me pegou             
                       E a farra agora é meu lugar  
                       mais se você quiser me acompanhar
                       eu vou te convidar pra ir pra onde?
                       bora bora” 

a)    Analise o foco narrativo (em primeira ou terceira pessoa)

b)    Dê exemplos de linguagem informal presentes nesse trecho, letra da música. Reescreva estes exemplos em linguagem formal.

c)    Qual o tratamento usado pelo personagem que canta o fato em relação ao seu interlocutor(com quem fala)?

d)    Por que o autor utiliza a linguagem informal nessa letra de música?

e)    Qual a diferença entre mais e mas? Analisando o 7º versos, explique o emprego do mais.

f)     Quais são os pronomes utilizados no texto? Classifique-os.

g)    No primeiro verso, a palavra “até”, exerce a função de preposição ou de advérbio?

h)   Reescreva aqui o verso que apresenta uma circunstância de tempo.

i)     Transcreva o verso em que surge uma interrogação.

j)      A palavra cachaça pertence a que classe gramatical? Qual é o seu adjetivo? Apresente alguns de seus sinônimos.

k)    Encontre na estrofe e transcreva:
- Um período simples:
- Um período composto:
- Uma oração coordenada sindética aditiva:
- Uma coordenada sindética adversativa:
- Uma oração que apresente uma hipótese:

l)     Como é possível analisar o verso “bora, bora”

m)  Com relação a letra da música BEBER, CAIR, LEVANTAR, a temática do texto é de consumir bebidas alcoólicas. Cite algumas expressões, palavras ou versos que comprovem essa apologia ao alcoolismo.



Descrição: C:\Documents and Settings\User\Configurações locais\Temporary Internet Files\Content.IE5\WQZFNXPL\MPj04310890000[1].jpg


Todos os dias devíamos ouvir um pouco de música,

 ler uma boa poesia,

ver um quadro bonito e,

se possível,

dizer algumas palavras sensatas.
(Goethe)


2.4.5  Pesquisa sobre o tema

Sugerimos retomar os textos de letras das músicas que tratam do tema - em nosso caso são as músicas que referenciam a bebida alcoólica - conduzindo as seguintes atividades:
a)    Pesquisar sobre o tema alcoolismo e Alcoólicos Anônimos.
b)    Produzir, juntamente com os alunos, frases educativas sobre o tema.
c)    Fazer cartaz educativo sobre o assunto e afixar na escola.
d)    Elaborar perguntas sobre dúvidas e curiosidades não respondidas durante a pesquisa e procurar respostas com ajuda de profissionais. Ex:
- Em que idade o consumo do álcool é maior?
- O que se pode fazer para não se tornar alcoólatra?
- Qual bebida os jovens consomem mais? Por quê?
e) Pesquisar entre amigos e familiares o hábito de consumir bebidas alcoólicas.
f) Pesquisar DOSES DO PERIGO.
g) Promover na escola palestra(s) com especialistas sobre o tema.
h) Trazer membros do AA à escola para conversar sobre o tema.
i) Pedir que os alunos façam anotações, visando à produção de um relatório em sala de aula e também informações para a paródia.






3. PRODUÇÃO DE TEXTO

Tendo em vista a necessidade apresentada sobre o domínio da língua padrão, no decorrer dessas atividades será contemplado estudos das normas e regras na:

3.1 Produção individual
a) ATIVIDADE ORAL: argumentar a afirmativa:
Seguir a experiência de outros é a forma mais inteligente de ver ou sentir os fatos da vida.
   b) ATIVIDADE ESCRITA: parodiar ou escrever uma letra de música, que traga mensagens em seu conteúdo de danos que o alcoolismo causa a saúde, o comportamento de pessoas que, sem limites, consomem essas bebidas e também as consequências que sofrem a família e a sociedade, pelo uso abusivo do álcool.

3.2 Produção coletiva
a)    PRODUÇÃO ESCRITA: em grupos, a partir dos registros, produzir um relatório síntese, incluindo:
- Informações relativas ao tema com elementos argumentativos que fortaleçam a ideia contrária da música que justifica o título; a mensagem que o autor deseja transmitir; o contexto que existe nas expressões “ Cabra safado”, “cara, zueira”, “a cachaça me pegou”.  E no verso “Eu quis até mudar pro meu amor”; enfim, uma interpretação crítica do texto e pontos de vista em como esse texto pode influenciar as pessoas, etc
- Cada grupo apresenta seus trabalhos para os demais.


3     REESCRITA DO TEXTO

  • Individualmente ou em duplas, analisar as paródias para apresentar na turma num primeiro momento e depois, estender as apresentações a comunidade escolar.
·         Pode ser original ou aproveitar uma música já existente para adaptar a composição.
·         É necessário observar nos versos o número de sílabas poéticas da música que será parodiada para que na tentativa de (re)produzir esse gênero textual o objetivo seja de aproximá-lo o máximo possível, de seus “modelos” que circulam socialmente.


4     CIRCULAÇÃO DO GÊNERO

De acordo com os alunos, fazer uma exposição no mural da Escola as letras, paródias que produziram, e posteriormente apresentação de sua composição com interpretação musical por eles mesmos ou outros na Semana Bonifácio que encerra em 31 de outubro, Dia do Aniversário do Município.


Bibliografia consultada:


BRITO, Teca Alencar de. Música na educação infantil. São Paulo: Petrópolis, 2003
FERREIRA, Martins. Como usar A MÚSICA na sala de aula. 4ª ed. São Paulo: Contexto, 2005
GANDRA, Fernanda Rodrigues, PIRES, Cristina do Valle G. e LIMA, Regina Célia Vilaça. O DIA-A-DIA DO PROFESSOR ADOLESCÊNCIA, AFETIVIDADE, SEXUALIDADE E DROGAS. Vol 5. Minas Gerais: EDITORA FAPI, 2002, p.58
JEANDOT, Nicole. Explorando o universo da música. São Paulo: Scipione, 1997
MACHADO, Anna Rachel; CRISTÓVÃO, Vera Lúcia Lopes. A Construção de Modelos Didáticos de Gêneros: aportes e questionamentos para o ensino de gêneros. Revista Linguagem em (Dis)curso – LemD – Tubarão, v.6, n.3, p. 547-573, set/dez. 2006.
MANUAL. Campanha da Fraternidade. São Paulo: Salesiana, 2001, p.7
MARCONDES, Beatriz. MENEZES, Gilda e TOSHIMITSU, Thaís. Como usar outras linguagens na sala de aula. 4ª ed. São Paulo: Contexto, 2003
TATIT, Luiz. Semiótica da canção. Melodia e letra. 3ª ed. São Paulo: Escuta, 2007
_________  A canção, eficácia e encanto. 2ª ed. São Paulo: Atual, 1987


Sites consultados: em março de 2009:
site de letras de músicas da MPB http://www.planetamusicas.com/Musica-Letra-N-a-P.html  e
Roberto Carlos  http://vagalume.uol.com.br/roberto-carlos/biografia/
Biografia e letras musicais http://vagalume.uol.com.br/